"Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes. Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino."

Freire

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Fernando Sabino

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ler devia ser proibido

Ler devia ser proibido
Publicado em 16/03/2009

LER DEVIA SER PROIBIDO
Guiomar de Grammont

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submisso. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

Referência bibliográfica: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp.71-3.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

Estatuto da Criança e do Adolescente

Mídias na Educação - Vídeo entrevista

Mídias na Educação.
O uso da tecnologia na sala de aula numa conversa entre os professores Carlos Wilson e Adiel Mélo.
Este vídeo fala um pouco da utilização dessas Mídias no universo da sala de aula, inclusive com as crianças do Ensino Infantil.

domingo, 16 de outubro de 2011

Possibilidades pedagógicas dos recursos didático-tecnológicos

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na Educação

"A música é a arte de combinar os sons de modo a produzirem sensações agradáveis ao ouvido e despertar na alma emoções especiais".

Sempre presente no nosso cotidiano, independente de idade, etnia e sexualidade, a música nos alcança e eleva a sensibilidade. Trabalhar com a música é instigar os nossos alunos a uma percepção onde a cognição vai estar presente como desperta nestes o interesse por essa modalidade artística que nos faz tão bem.
As concepções musicais de cada povo dependem de sua cultura, podendo ser de diversos estilos: erudito, popular, não importa. O que vai influir na realidade é a harmoniosa relação que vai se estabelecer entre quem emite e quem a escuta, podendo cativar uma fidelidade a certo estilo por essa correspondência.
Conceituando: “Música vem do grego musiké téchne, a arte das musas. É uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo ou não uma pré-organização ao longo do tempo”.
Dentro do que esperamos nessa interação, vejamos o que Snyders escreve, citado por Alícia Maria Almeida Loureiro em sus dissertação:
“Quero defender uma ideia bastante simples: que a música é feita para ser bela e para proporcionar experiências de beleza, e que a beleza existe para dar alegria, a alegria estética, que é uma alegria específica, diferente dos prazeres de que habitualmente desfrutamos, e que constitui um dos aspectos da alegria cultural”. (Snyders, 1992, p. 11)
Referências:
Música na Escola. Disponível em: http://musicanaescolaportal.wordpress.com/. Acesso em 07.10.2011.

O ensino da música na escola fundamental: um estudo exploratório. Disponível em: http://bib.pucminas.br/teses/Educacao_LoureiroAM_1.pdf. Acesso em 07.10.2011.

PROFESSOR - A base de toda coquista - Vídeo

Homenagem aos professores pelo seu dia.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.

sábado, 15 de outubro de 2011

Dia do Professor

Professor,
Hoje, dia 15, é comemorado o nosso dia. Apesar de tudo que um professor passa hoje em dia, é uma data para ser mais que celebrada. Tudo que sabemos hoje, devemos a ele. Pensemos o quanto é grandiosa a profissão que escolhemos para a vida! Pois é! Nenhuma profissão existiria não fosse a Escola - um professor!
Parabéns pelo nosso dia!

domingo, 2 de janeiro de 2011

2011 - TUDO NOVO

Que neste novo ano possamos dirigir nosso pensamento ao Criador e dizer: "Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios".
Salmos 90:12